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Quando o transtorno mental ganha

Postado por Rui Fonte em segunda, agosto 29, 2016 Em: Divulgar

Sofrer de cancro ou diabetes não define uma pessoa. Ser doente mental também não, sustenta Ed Schoener num sentido texto contra o estigma dos males da cabeça, que lhe levaram a filha de 29 anos.

Schoener sabia que um dia podia acontecer. Desde 2005 que a sua filha Kathleen tinha sido diagnosticada com a doença bipolar e já antes, numa das crises agudas que caracterizam este transtorno mental, tinha tentado o suicídio. Numa quarta-feira deste mês de agosto, aconteceu: Katie entrou no carro, em pleno estacionamento do apartamento onde morava, e disparou um tiro fatal. Tinha 29 anos e, segundo o Washington Post, não deixou mais do que uma pequena nota: "Esta vida não é para mim. Tomem conta da Mary" (a cadela).

Residente numa pequena cidade da costa Leste dos Estados Unidos, Ed aprendeu a lidar com os altos e baixos provocados pela doença e apercebeu-se de que, por desconhecimento, a maioria das pessoas tinha comportamentos que prejudicavam os doentes. Por isso decidiu aproveitar o obituário da filha para passar uma mensagem ao mundo, contra o estigma da doença mental.

"É tão frequente quem sofre de doenças mentais ser conhecido por essa doença. As pessoas dizem 'ela é bipolar' ou 'ele é esquizofrénico'. Nos próximos tempos, quando falarem com alguém sobre este assunto, não usem essas frases. As pessoas que têm cancro não são o cancro, as que têm diabetes não são a diabetes. Katie não era bipolar - tinha uma doença chamada de distúrbio bipolar -, era uma linda filha de Deus."

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Provavelmente, a filha de Ed Schoener estaria a viver um episódio agudo relacionado com o transtorno mental que a afetava desde os 18 anos. É mesmo assim esta doença, num dia deita abaixo quem dela sofre, no outro eleva-a às nuvens. Na base destas oscilações de estados de espírito, entre o demasiado depressivo e o exageradamente eufórico, está um descontrolo do mecanismo no cérebro que regula o humor. Nos momentos de crise, quando a medicação centrada em estabilizadores de humor não consegue manter um certo equilíbrio emocional, um dos sintomas que podem ocorrer é a perda da noção da realidade (psicose). Nestas alturas, quem está de fora pode sentir ainda maior dificuldade em lidar com a situação, como nota Ed Schoener no obituário que escreveu sobre a filha.

"A maneira como falamos sobre as pessoas e as suas doenças afeta essas pessoas e o tratamento dos seus problemas. No caso das doenças mentais, há tanto medo, ignorância e atitudes que magoam, que as pessoas que sofrem com a doença sofrem ainda mais desnecessariamente. A nossa sociedade não providencia os recursos necessários para compreender e tratar as doenças mentais. No caso da Katie, ele teve os melhores cuidados médicos, tomou sempre o cocktail de medicamentos que lhe prescreviam e deu o seu melhor para se manter saudável e controlar esta doença - e mesmo assim não foi suficiente."

A Organização Mundial de Saúde estima que cerca 60 milhões de pessoas em todo o mundo sejam afetadas por esta doença mental, que até há poucos anos era conhecida por maníaco-depressiva e perdeu essa designação precisamente para lhe retirar alguma da carga negativa a que se refere Ed Schoener. Nos Estados Unidos, haverá mais de 5 milhões de doentes bipolares; em Portugal os números oficiais apontam para mais de 100 mil casos. Trata-se de uma doença de consequências graves, sem cura, mas que hoje em dia pode ser controlada com medicação na maioria dos casos. O pai de Katie pede mais compreensão.

"Um dia vão descobrir a cura, mas até lá temos de apoiar e ter compaixão por todos aqueles que sofrem de doenças mentais, tal como apoiamos quem sofre de cancro, de doenças cardíacas ou de qualquer outra patologia. Saibam por favor que a Katie era uma pessoa querida e maravilhosa que amava a vida, as pessoas à volta dela e Jesus Cristo."


A foto de Katie que acompanha o obituário

Descansa em paz.


Referência - visao.sapo.pt

Em: Divulgar 



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